direitos humanos,  literatura

Rui de Oliveira

     O escritor e ilustrador Rui de Oliveira lança nesta feira um livro com textos e
desenhos seus sobre a África. Não é uma África de um tempo, história
nem de cor – nem de pele, ele conta. É multicolorida. “E com muito contraste”,
acrescenta o autor.



     Oliveira ganhou quatro Prêmios Jabuti de
Ilustração. Fez “Um Príncipe Triste”, sobre a infância de dom Pedro II, e
“Uma História de Amor sem Palavras” entre os mais recentes. Ao todo,
foram mais de cem livros. “África Eterna” (FTD) ficou pronto há dias
depois de um ano para ser feito e será lançado pelo carioca na Feira do
Livro neste sábado. Às 14h* ele participa de mesa redonda “Um Olhar Real
sobre a África Para as Crianças e Jovens Brasileiros” e, às 19h, faz
sessão de autógrafos no Cantinho da Merenda, situado na Área Infantil.



    O
contraste do novo livro fica entre texto e imagem. Com as palavras ele
tira um véu e exibe como a África sempre foi explorada e manipulada, e
ainda é hoje. As figuras, em seu dizer, “são valorosas, de heroísmo. Por
terem sobrevivido a tanta guerra e devastação; a questões como
aquecimento global, extermínio dos animais, das florestas. Apesar de
tudo isso, eles permanecem. Único modo que achei legítimo desenhá-lo foi
em posição de honra, mesmo que andrajosos”.



     No texto, conta que
os escravos enviados ao Brasil vieram da África Meridional; fala dos
elefantes assassinados; da cobiça despertada pelo petróleo da Nigéria,
região do Golfo da Guiné e de Angola. “Da África sempre me passou um
continente que as pessoas estão deixando morrer”, comenta, lembrando do
genocídio de Ruanda entre abril e junho de 1994, com a morte de 800 mil
pessoas, a maioria tutsis mortos pelos hutus. Rui de Oliveira aborda uma
África onde Cleópatra não era como Elizabeth Taylor.

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{Feira do Livro de 2010}