Rincão Gaia. Tudo que se planta cresce.
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A transformação do Rincão Gaia, uma área de 30 hectares em Rio Pardo, divisa com Pantano Grande, que há 25 anos estava totalmente degrada pela exploração do basalto, é o grande motivo de comemoração do aniversário celebrado com festa em 17 de junho.
Hoje o local, outrora terra mortificada, abriga pomar com frutas cítricas, figos, maçãs, videira, horta, lavoura de mandioca, feijão e pastagens. Guarda crias de gado leiteiro, suínos e aves. Casa cercada por ruídos de pássaros, voltas de borboletas e animais atraídos pela diversidade renascida. Mesa que oferta queijos, doce de leite, ambrosia, chimia e denso pão de queijo cremoso. O cenário, idealizado por José Lutzenberger é sede da Fundação criada por ele, e toda sua produção se destina ao consumo da propriedade e como espaço de aulas. “Fundada em 1987, a sede marca uma militância iniciada nos anos 70, quando meu pai começou a levantar a bandeira de promover a harmonia entre o cuidado com o ambiente, saúde social e de condições de vida”, conta Lara Josette W. Lutzenberger. “Ele também fundou a empresa Vida, que atua na reciclagem de resíduos industriais. Nos últimos 15 anos nosso foco é a conscientização sobre os danos que o planeta está sofrendo e a sensibilização para que cada um mude sua postura diária em relação a ele. Para isso oferecemos vivências, cursos, palestras, oficinas”, explica Lara.
Em sua visão, ninguém sabe qual o limite de exploração a Terra suporta, mas sabe-se que está perto. “Valorizamos demais o dinheiro na nossa vida, e ele provém da exploração da Natureza e do trabalho humano”, aponta, indicando que o dinheiro virou arma de destruição à medida que assalta a terra e aos homens. “Na Índia, 250 mil agricultores se suicidaram por não conseguir saldar dívidas. Na China, a exploração do trabalho faz produtos mais baratos”, exemplifica. E visualiza: “Quando compreendemos esse cenário mudamos paradigmas que orientam nosso estilo de vila. A natureza deixa de ser vista como provedora bens de comércio, e voltará a ser nossa fonte de ar, alimento e relações humanas saudáveis, que nos deem sentido de pertencimento e encaminham nossa vida para a paz e felicidade”.
Lara chama a atenção para a necessidade de que cada um reveja seus padrões de consumo. “Todos são protagonistas: industriais, agricultores, mães, professoras. Podemos preferir produtos orgânicos, não adquirir bens em demasia, evitar desperdício de água ou sua poluição por produtos químicos e essencialmente, restabelecer nosso vínculo com a natureza, procurando o lazer em áreas naturais, especialmente quem tem criança”, sugere.
Para ajudar ou visitar
No momento que comemora os 25 anos de existência, o Rincão lança uma campanha de arrecadação de fundos para recuperar o Circo, como chamam a grande oca coberta por capim Santa-fé, o marco da sede e espaço de descanso, encontros e palestras. Quem colaborar poderá compensar o valor como crédito para isenção equivalente no valor da taxa de visitação em qualquer um dos eventos e visitações oferecidos no Rincão, até junho de 2014.
O Rincão Gaia está aberto todos dias para visitação, mas ela precisa ser agendada. Há possibilidade de passar o dia, finais de semana e realizar cursos. Como funciona em estrutura de hospedaria e não de hotel em zona rural, eles costumam receber grupos de até 40 integrantes, seja de pessoas da sociedade civil ou de empresas, escolas ou universidades. O agendamento pode ser feito pelo 9725-3685.
As próximas atividades são a palestra “Empresa Vida – Tecnologias em Reciclagem de Resíduos Industriais e Domésticos”, com Fernando Bergamin dia 19 deste mês; o curso “Ecossistemas verdes: paisagens agrícola e urbana”, com Paulo Backes de 30 de junho a 1 de julho e a palestra “”Desafios da produção regenerativa nos Jardins Urbanos”, com Alexandre de Freitas.
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[também sinto a falta dos créditos das fotos..]
