Cidade Baixa pelas boas convivências
A Cidade Baixa reúne os pais da Capital neste domingo para passar a tarde com os filhos entre petecas, bolitas, Ataris, bilboquês, frescobol, futebol de botão, corrida do saco e até bafo de figurinhas, entre outros brinquedos de antigamente. O evento será das 16h às 22h na esquina da rua Joaquim Nabuco com a José do Patrocínio.
A ideia é promover integração entre pais e filhos, mas essencialmente praticar a boa convivência no bairro que sedia a vida de jovens, estudantes, artistas, antigos moradores, trabalhadores, boêmios e comerciantes. Depois de tantas discussões e incômodos entre vizinhos por causa das noitadas até altas horas, acidentes de trânsito, assaltos e sujeira nas vias, começa a circular nas ruas da Cidade Baixa uma promoção por um clima de mais harmonia, respeito e entendimento comunitário. As ações neste sentido partem do projeto Cidade Baixa em Alta, estruturadas pelo tripé promoções culturais, gerenciamento da vida boêmia e melhorias efetivas no bairro. Eles promovem eventos, criam e distribuem material impresso, como o “Manual de Boa Convivência”, participam de reivindicações e buscam melhorias, como bicicletários, além de afinar diálogos com a prefeitura.
“A Cidade Baixa é um bairro boêmio, característica que precisa manter. Mas tem também muita vida cultural, familiar e precisa de estruturas. Essa é a primeira vez que o bairro se promove. Para nós, é uma ação social que está sendo promissora”, conta Cláudio Pavim, representante da Associação dos Comerciantes da região e integrante de uma agência de publicidade responsável pela ideia. “Para buscar a harmonia entre tantos tipos característicos de moradores e frequentadores, recorremos à paródia. A abordagem sensível e aconchegante é capaz de promover reeducação e conseguir integrar as pessoas”, diz Cláudio.
O projeto nasceu quando comerciantes e proprietários de bares e restaurantes sofriam com a queda do movimento a partir do fechamento de alguns locais. O primeiro passo foi estruturar a associação de comerciantes, hoje com 64 sócios. Cada um paga R$ 150,00 por mês para que sejam feitos os eventos, materiais gráficos e outras ações. A agência faz as criações como projeto social, e recebe apenas ajuda de custo.
Entre as ações, já ocorreram piquenique cultural no pátio do Museu Joaquim Felizardo com teatro e troca de livros, matinê a céu aberto de curtas na esquina entre João Alfredo e Miguel Teixeira e o Arraial da Laje.
Vitórias em três meses
Além da promoção cultural e de confraternizações, o projeto
“Cidade Baixa em Alta” comemora duas conquistas em apenas três meses de
existência. Na terça-feira dessa semana, presenciaram a assinatura de
decreto que regulamenta a autorização para que bares e restaurantes
atendam até 1h de domingo a quintas-feiras e até as 2h nas sextas, nos
sábados e em vésperas de feriado. “Conseguimos um acordo entre moradores
e comerciantes”, comemora Cláudio Pavim.
Outra conquista foi dez
bicicletários, que até agosto devem estar instalados em pontos
escolhidos por integrantes do grupo de ciclistas Massa Crítica. Uma das
moradoras do bairro, a operadora de telemarketing Kelcia Lopes, conta
que tem dois filhos e superava transtornos. “Uma das crianças está com 3
meses. Esse novo horário para os bares é justo. Será possível nos
programar para o sono. Estava ficando difícil, pois às quatro da manhã
havia discussões na rua, brigas entre namorados e, principalmente, a
violência no trânsito. Nesses termos, conseguimos nos entender”, destaca
a moradora.
