Olhares Infantis sobre Porto Alegre

O olhar das crianças sobre a cidade e sua inserção no urbano são alguns dos temas abordados no curta “Aquela Boina Vermelha”, uma produção feita em parceria entre a Zapata Filmes, Projeto Monumenta e Cidade das Crianças, que está em fase final de gravações.

A Cidade das Crianças é um projeto realizado todos os sábados no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Aberto a participantes de 4 a 11 anos e coordenado por Ana Marta Meira, desenvolve atividades artísticas e lúdicas tendo como campo de experiências a cidade de Porto Alegre. 

Desde março deste ano, as crianças integrantes do projeto vêm realizando atividades artísticas nos tapumes das reformas do projeto Monumenta. São frases, poemas, desenhos, perguntas. A partir de tais atividades criou-se o projeto do filme, que articula cenas das atividades infantis com o universo lúdico e as obras realizadas na praça. No local, estão sendo feitas escavações arqueológicas que mostram partes da praça do início do século XX. 


O título se refere a uma cena real na qual uma criança está brincando de professora e sem querer atira a boina do outro lado do tapume. “Ela fez um bilhete se desculpando e pedindo que os trabalhadores do projeto Monumenta e arqueólogos cuidassem daquela boina, acessório que ganha vida e personalidade no filme. Os mundos mágicos infantis, onde atrás do tapume podem existir dinossauros ou mundos mágicos se inicia”, explica o diretor Juano Zapata. Em um roteiro criado a partir das ideias das próprias crianças e com a história da cidade como pano de fundo, o filme alia animação, documentário e ficção. “Começou com as crianças na praça, agora é um filme sobre a cidade, sobre o imaginário infantil em relação ao lugar em que vivem e suas histórias. Por ser um grupo de crianças de diferentes classes econômicas, traz uma rica variedade de realidades e traz a tona o espaço delas em sua cidade”, conta Zapata.

Para Ana Marta Meira, o principal do projeto é vivenciar o laço que as crianças constroem com a cidade e a valorização desta memória. Financiado por doações dos comerciantes do Mercado Público e empresas como a Confeitaria Princesa, agora o projeto busca recursos para a finalização do filme, com previsão de ser concluído em seis meses.

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