Câncer a passar
O Instituto de Câncer Infantil (ICI) promoveu nesta sexta-feira um encontro entre os candidatos a voluntarios na instituição para marcar o Dia Nacional do Combate ao Câncer, criado em 2008 com o objetivo de disseminar informações sobre o tratamento e prevenção da doença. O local abriga pacientes e familiares em tratamento no Hospital de Clínicas. Através do Instituto, e com a ajuda dos voluntários, quem está longe de casa consegue lugar para dormir, comer, ter assistência psicológica, medicamentos, dentista e outros serviços pertinho do hospital – todos gratuitos.
Juliana, de 20 anos, mãe de um menino de 4, é uma das pacientes do Hospital amparadas pelo ICI. Moradores de Três Forquilhas, Juliana e o marido receberam ao diagnóstico da doença em agosto, depois de passarem um mês levando a criança toda semana ao pediatra, que estava tratando o olho sempre inchado, com corrimentos e o nariz entupido como sinusite.
Era um câncer entre o olho direito até a fossa nasal, como foi descoberto em um plantão no Hospital de Torres. Encaminhados ao Hospital de Clínicas, os pais viram o filho já começar a quimioterapia e iniciar todos exames nas duas primeiras semanas de internação. Nesse período, Juliana e a tia revezavam-se. Quando uma ficava no quarto, outra estava na casa do ICI. Até hoje, Juliana e o filho vão para casa entre sexta e domingo de noite.
Conforme a médica do setor de oncologia pediatra do HC Adriana Santini, o Rio Grande do Sul registra em média 500 novos casos de câncer infantil por ano. Pelo menos 40% diz respeito a leucemia, em seguida apareçem tumores no sistema nervoso central, linfomas e outros tumores. Ela explica que os sintomas do câncer não são tão específicos, mas são muito agressivos para a criança.
“O quadro vai se agravando tão rapidamente que o diagnóstico acaba sendo feito. O câncer infantil é raro em comparação a outros tipos de câncer, por isso é comum o médico partir de outras desconfianças. Mas logo será evidente”, afirma. No caso da leucemia, a criança começa a ficar anêmica, febre constante e perda de peso. Manchinhas roxas aparecem pelo corpo e serem confundidas com batidas.
“A prevenção do câncer infantil é levar a criança recém-nascida todo mês no pediatra e regularmente mais tarde. A criança não tem câncer porque bebeu ou fumou. É uma coisa mais genética, ou ela mora em situação de risco, como regiões com alto índice de aplicação de agrotóxico ou de fábricas de sapatos, que expelem a cola”, explica a médica.
[imagem de André Ávila]