Número de mulheres assassinadas aumenta
Mais mulheres são assassinadas em 2012
Com dados crescentes de homicídios de mulheres vítimas de violências previstas pela Lei Maria da Penha, o Rio Grande do Sul discute iniciativas e divulga ações para combater a situação. Conforme dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, até julho deste ano 37 mulheres foram assassinadas por companheiros ou ex companheiros no RS. Em todo 2011 registrou-se 48 mortes. O número de registros de ameaça e lesão corporal segue relativamente constante nos últimos três anos.
“Quando a mulher começa a se apoderar de si, ela enfrenta a ira desse homem que tenta dominá-la. Quando ela procura pelo Estado e faz a denúncia, precisa encontrar proteção”, afirma a secretária de políticas contra as mulheres, Marcia Santana. Ela comemora o anúncio feito pelo secretário de segurança pública do Estado, Airton Michels, de que iniciaram-se nesta segunda-feira as aulas de capacitação de 36 soldados masculinos e femininos que formarão a Patrulha Maria da Penha. Eles vão agir nos quatro territórios da Paz de Porto Alegre, situados no Rubem Berta, Lomba do Pinheiro, Restinga e Santa Tereza. Acompanharão todos casos em que a medida protetiva for solicitada.
“O Estado tentará atender a mulher antes que algo mais grave lhe aconteça. No dia seguinte ao pedido da medida protetiva um casal de soldados irá até a casa dessa mulher para saber como ela dormiu, se sentiu-se ameaçada, para fortalecer o apoio do Estado. Também irão contatar e monitorar o acusado mostrando a presença de segurança à vítima” conta o secretário. Em dois meses, também deverá funcionar um sistema de interligação de dados entre o judiciário e a Secretaria de Segurança Pública. Os policiais saberão na hora e sem necessidade de apresentação de documento, se alguma medida protetiva foi expedida pelo judiciário contra o agressor e tomar ações imediatas.
“Grande parte das violências da sociedade nasce da violência praticada contra as mulheres e seus filhos. Dissemina a cultura de desrespeito ao outro e à parte fisicamente mais fraca” afirma o secretário.
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{primeira fotografia de Paulo Nunes. Segunda, logo acima, imagem virtual sem crédito conhecido].
Medidas contra as agressões
Motivado pelos recentes casos de violência contra as mulheres
registrados nos últimos dias, como o de uma adolescente assassinada quando segurava seu bebê, em Canoas, ou uma jovem de 22 anos decapitada no Vale do Taquari, o secretário-executivo do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes-RS), Marcelo Danéris, convocou
reunião entre os membros da entidade e da Secretaria de Políticas para
as Mulheres do governo do Estado. O objetivo era aferir o papel que a
sociedade pode assumir para proteger as vítimas.
No encontro,
realizado ontem, Danéris propôs medidas como abordagens do tema em
programas de rádio e TV estatais e uma caminhada pela paz em um domingo
de manhã na Redenção. “Uma caminhada de mulheres, mas também de homens
em sua defesa. Convocaríamos os CTGs, os cavalarianos e a Frente
Parlamentar da Assembleia”, sugeriu.
Conforme a secretária de
Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, a grande questão hoje é agir
contra o sentimento de impunidade que paira sobre o agressor. “De
inúmeras violências registradas, raras são efetivamente julgadas”,
afirma. Outro ponto debatido foi a necessidade de ampliar a rede de
atendimento no Estado, que oferece o número gratuito 0800 541-0803 para
orientar as vítimas.
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