direitos humanos

Largo Glênio Peres tem chafariz no lugar de feiras

Em obras contínuas há pelo menos 4 meses, as interferências no Largo
Glênio Peres, ao lado do Mercado Público, devem estar prontas até 10 de
setembro, mas frequentadores e representantes dos moradores da região
criticam pontos, encaminhamentos e parâmetros considerados para as ações
que envolvem o projeto. As interferências no local integram o projeto
Viva o Centro e são financiadas pela Vonpar, que a troco de instalar os
deques, mudar parte do piso, instalar câmaras de vídeo monitoramento nos
postes de luz, e disponibilizar wireles, deixou a
marca da Coca-Cola em dois totens além de estampá-la na cobertura dos
deques. Conforme a prefeitura, o investimento do grupo foi em torno de
R$ 1,5 milhão.

Uma das uma das últimas etapas, que está sendo finalizada atualmente, é a
instalação de 19 chafarizes organizados no centro do Largo em linha
paralela ao Mercado Público. Cada um desses pontos vai jorrar água por 2
metros de altura. Ela cai sobre uma grade e é encaminhada a um
reservatório com filtros e bombas para voltar a circular. Ocupará uma
linha de 48 metros de comprimento. Conforme o arquiteto Glênio Bohrer,
as mudanças também implicaram na aprovação de uma lei municipal que
proibe as diversas feiras que tradicionalmente ocorriam no local, como
as de artesanato, a Feira Estadual de Economia Solidária ou Feira do
Pêssego. A única permitida agora é a Feira do Peixe. “O espaço Glënio
Peres é um espaço nobre que recebiam 20 feiras no ano. Foi avaliado que
apenas a feira do peixe é pertinente quanto à contribuição ao
município”, declara Glênio.

“Por que só a Feira do Peixe é importante? E quem não gosta do peixe e
prefere passear pelas produções e apresentações locais? As diferentes
feiras deixam o Largo mais folclórico, agora vai ficar um vazio?”,
questiona Carlos Machado, frequentador do local. “O artesanato, por
exemplo, permite ocupação para as pessoas. As feiras movimentavam o
comércio, e são interessantes para o turismo”, completa Eurico Galarça,
professor de História. “Se a ideia é deixar o espaço bonito para a Copa,
é bom lembrar que o estrangeiro adora nosso artesanato e cultura. Um
turismo atrelado aos hábitos e criações locais é bem mais interessante e
moderno” opina Machado. “Acho a ideia obtusa” finaliza o professor.

**Além disso, a prefeitura decidiu controlar a ação de artistas de rua. A norma dita: “shows artísticos, espetáculos e eventos
culturais que façam uso de palco e sonorização ficarão limitados a dois
eventos mensais, com duração de no máximo um dia cada um”.
Os artistas só poderão usar o local  “desde que devidamente autorizados pelo
Executivo Municipal por intermédio de seus órgãos competentes, vedada a
utilização de som amplificado”. Ir tomar Coca-Cola pode.

[fotos Tarsila Pereira]