
Entrevista e show Ney Matogrosso
[ Ney está de volta nesse Festival de Inverno. entrevista e show de 2011].

Ney Matogrosso fala sobre novo DVD e show “Beijo Bandido”
Após passar um ano em turnê de lançamento do CD “Beijo Bandido” – inclusive em Porto Alegre, Ney Matogrosso está lançando nas capitais o DVD homônimo gravado em agosto de 2010 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Amanhã e sábado, às 21h, e domingo, às 20h, é a vez de conferir o trabalho no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80).
“É o mesmo show, o que mudou foi minha intenção de acrescentar alguma performance. Percebi esse espaço no DVD. As pessoas falam que está diferente. Está, mas o repertório, cenário e banda são os mesmos”, conta o cantor.
Vestindo terno e gravata no palco, a grandiosidade de “Beijo Bandido” está na voz e interpretação mais contida. “Necessitava de menos expansão, de algo mais contido e íntimo. No “Inclassificável” estava muito para fora. O repertório segue a ideia”, explica o cantor, em entrevista exclusiva ao CP.
Contido, mas não menos trabalhado. “Não posso errar. A palavra está exposta, os desafios são outros”, conta. Inegavelmente, o repertório é sobre paixões e amores, mas isso não reflete, necessariamente, o estado de espírito do artista. “Sou um ator, antes de ser cantor. O que está no palco é uma representação. Não preciso estar apaixonado para fazer um disco romântico. Sei do que se trata, tenho a vivência e busco isso dentro de mim”, salienta. O artista ainda completa dizendo que o público participa de tudo isso. “Eles cantam, baixinho, para si, são canções que conhecem, que não lembravam”, descreve Ney.
Assim é a troca, como se uma memória emocional coletiva fosse resgatada.
Após a turnê, Ney quer “dar uma sumida”. “Essa história de fazer 70 anos está causando alvoroço. A idade não me assusta e lido bem com a morte. Até fiz check-up, e só o colesterol ficou mais alto. E da morte? “Ainda quero estar consciente e saber fazer a passagem.”

Ney Matogrosso hipnotiza o público em show na Capital
Cercado por Leandro Braga no piano, Alexandre Casado no violino, Lui Coimbra no violoncelo e Felipe Rosseno na percussão, Ney Matogrosso traz ao palco toda sua voz e interpretação para músicas como “De Cigarro em Cigarro”, de Luiz Bonfá, “Nada Por Mim”, de Herbert Vianna e Paula Toller, e “Bicho de Sete Cabeças II”, de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha. O título da apresentação é da canção “Invento”, de Vitor Ramil.
O repertório do show segue exatamente o do DVD homônimo, gravado em 2010 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, quase um ano depois do lançamento do CD. No DVD – e no show – cinco canções adicionais: “Fascinação”, de F.F. Marchetti. M. De Feraudy, Ada Richter, Marie Pentz e Armando Louzada; “A Bela e a Fera”, de Edu Lobo e Chico Buarque, “Doce de Coco”, de Hermínio Bello de Carvalho e Jacob do Bandolim, “Medo de Amar”, de Vinícius de Moraes.
Após tirar o paletó e gravata, Ney segue com a camisa entreaberta e passa o show todo amparado pela sua própria figura. Transpirando sensualidade sem qualquer exagero ou pudor, o equilíbrio pertence a quem sempre foi um ator além de músico. Mesmo sem figurinos mais extravagantes ou movimentos corporais mais amplos, Ney alcança todo o público – e o detém.
No final, “Fala”, canção ainda do tempo de Secos e Molhados, que no corpo do Ney Matogrosso de 70 anos ganha ainda mais força e alcance.
{abril de 2011. entrevista e textos Leda Malysz para Correio do Povo, fotografias de Bruno Alencastro}


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