
Tulipa Ruiz em Porto Alegre, no Opinião
Duas das vozes femininas de maior destaque no cenário atual da música brasileira sobem ao palco do Opinião, em Porto Alegre, nesta quinta-feira, às 23h. As revelações Tulipa Ruiz e Mariana Aydar mostrarão a graça e o charme de seu som com a maestria que só as divas têm.
Já faz seis anos que Tulipa Ruiz lançou o CD “Efêmera”, muito bem aceito e recomendado por críticos do Brasil e da Europa. A preparação do segundo disco termina neste semestre e o lançamento está previsto para o próximo. Agora é tempo de finalizar a mixagem e começar a remasterização, com produção do irmão Gustavo Ruiz, mesmo do primeiro.
Hoje, a cantora faz o primeiro show na Capital ao lado de Mariana Aydar. “É a primeira vez que a gente vai a Porto Alegre. O Felipe Catto falou muito que eu adoraria ir. Estou muito feliz por isso. E chego no período que estou no finzinho do “Efêmera”, começando o segundo, que é um novo ciclo,” disse. Cada uma vai mostrar o último CD lançado. Tulipa mostra o “Efêmera” e Mariana Aydar mostra o recente “Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo”, seu terceiro disco.
Para o palco Tulipa promete interpretar o repertório do CD, sem citar músicas além. Hoje, Porto Alegre fica com as não menos fortes, suaves e doces “Da menina”, que, na letra, sente seu perfume e sai de salto por aí, ou “Do Amor”, um amor que vai de trem, devagar, “como uma história que inventa o seu fim/ Quero inventar um você para mim / Vai ser melhor quando te conhecer”. A mais, ela fala um pouco do que vem no álbum novo: que serão 11 músicas, igual ao “Efêmera”, num clima de continuação do que começou a fazer no primeiro, de melodia, música. E compara os feitios.
Dessa vez, ela chega com as músicas gravadas e vai fazer o show, um processo inverso. “Eu tive mais tempo para gravar. “Efêmera” foi relâmpago. Agora pude curtir mais”, diz. Mesmo que esperada, a composição “Dia a Dia, Lado a Lado”, com Marcelo Jeneci, ainda não será gravada. “Essa é uma música que só acontece em show, de quando há nosso encontro”. Na letra, eles e quem vê, ficam perto de saber por quês.: “Então me diz por que?… por que que um raio cai? Por que que o sol se vai?”.
Da recente turnê na Europa, onde foi com o disco lançado pelo selo inglês Totolo, e de onde trouxe com louvores do The Guardiam e The Independent, Tulipa guardou uma sensação: Que a música transcende o idioma. E no palco em Porto Alegre, também, ela traz seu motivo de ser cantora: “Esses dias fiu no show do Andre Abujamra, chamado “Mafaro”. Foi o melhor show que eu fui nesse ano. Sai desse show muito inspirada, com vontade de desenhar, cantar, criar. Saí instigada, mexida, com a certeza de que eu isso que eu quero fazer, tenho que colocar para fora. No meu trabalho, o meu desejo é instigar outras pessoas a passarem por isso sempre”.
Biografias
Tulipa é cantora, compositora e desenhista. Nasceu em São Paulo, mas aos três anos foi morar em Minas Gerais e voltou com 22 anos para a capital paulista para estudar Comunicação na PUC e ilustrar livros e discos. Participou em shows como Dona Zica, Trash Pour 4, Júnio Barreto, Ortinho, Projeto Cru, Na Roda, Tiê, Nhocuné Soul e Cérebro Eletrônico. Ela integra ao lado do pai, Luiz Chagas, e do irmão Gustavo Ruiz o conjunto Pochete Set. Em seu disco de estreia, “Efêmera”, que contou com participação do seu pai e do seu irmão além de Mariana Aydar, rendeu para Tulipa prêmios como o melhor álbum de 2010 pela revista Rolling Stone e elogios de jornais como O Globo e Folha de São Paulo.
A música que dá título ao disco faz parte da trilha sonora do Fifa 2011, um dos jogos de videogame mais populares do planeta. No ano passado, a cantora realizou cinco turnês internacionais, sendo três na Europa, onde tocou pela primeira vez com uma banda completa. Entre os momentos de destaque dos seus giros, está a sua participação no festival belga Europalia, em que tocou em três cidades e ainda fez show por Paris, Copenhague (Dinamarca), Lisboa, Espinho e Londres.
Na capital inglesa, a apresentação ao lado de seu irmão ganhou avaliação excelente em crítica no The Guardian, apesar do formato reduzido em comparação com outras apresentações no velho continente. O periódico The Independent elegeu seu disco um dos melhores de 2011. Além de cantar, Tulipa Ruiz também é ilustradora de livros infantis, agendas, capas de disco e também cartazes de shows. Interessa-se por temas diversos como gravações no campo, texturas, ruídos, bordados, além de cantigas de ninar.
Mariana começou sua trajetória nas artes em 2000 e já tem um currículo invejável, contabilizando participações especiais em shows como o da banda Snow Patrol e parcerias com artistas do calibre de Donato e Dominguinhos. Filha de pai e mãe ligados à música, em 2004, após anos de estudo no Brasil e nos Estados Unidos, além de morar em Paris por um ano, onde conheceu Seu Jorge, que a convidou para abrir alguns shows em sua turnê pela Europa. No ano seguinte retornou ao país e desde então tem emplacado produções de grande qualidade. Mariana acaba de lançar seu terceiro álbum, “Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo”, que traz um repertório eclético com tons psicodélicos e africanos.

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